830 mil servidores têm dinheiro para receber do Fundo Pasep, diz ministério
Quem trabalhou como contratado em uma empresa ou como servidor público antes de 4 de outubro de 1988 pode ter dinheiro para receber do Fundo PIS/Pasep, conforme divulgou o UOL em fevereiro.
Todos que têm participação no fundo podem receber o rendimento (juros e correção monetária) de sua parte uma vez por ano. Para sacar o valor todo, só em casos específicos, como aposentadoria e doença (leia mais abaixo).
Quantas pessoas se encaixam nessa situação? Até agora, os órgãos responsáveis não sabiam informar.
Nesta quinta-feira (17), porém, uma nota divulgada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão fala que cerca de 830 mil servidores e empregados públicos têm direito a sacar todo o saldo disponível no Fundo Pasep. A nota diz que esse número de potenciais beneficiários foi levantado pelo Conselho Diretor do fundo.
Até a publicação desta reportagem, não havia dados referentes aos trabalhadores do setor privado.
O que é o Fundo PIS/Pasep?
Até 1988, as empresas e órgãos públicos depositavam dinheiro em um fundo chamado "Fundo PIS/Pasep" em nome de cada um dos seus funcionários e servidores contratados.
Cada trabalhador, então, tornava-se dono de uma parte (cota) no fundo.
É o abono salarial?
Não, esse direito é diferente do abono salarial.
O abono salarial é um valor adicional pago atualmente uma vez por ano ao trabalhador que recebe, em média, até dois salários mínimos por mês.
Quem tem dinheiro no Fundo PIS/Pasep?
O trabalhador que atende aos seguintes requisitos:
trabalhou como contratado em uma empresa ou como servidor/empregado público antes de 4 de outubro de 1988;
e ainda não sacou sua parte do fundo.
Tenho dinheiro no fundo. Posso sacar tudo?
Sim, mas somente nos seguintes casos:
ao se aposentar;
ao completar 70 anos;
em caso de invalidez (do trabalhador ou de seu dependente);
em caso de doença grave.
Se o trabalhador morrer, o valor integral deve ser pago aos seus dependentes.
Não posso sacar tudo ainda. O que acontece?
Todos que têm participação no fundo têm direito a receber, anualmente, o rendimento (juros e correção monetária) de sua parte.
A data para receber o rendimento a cada ano varia de acordo com o número final do registro no PIS/Pasep. A data limite é 30 de junho.
Se o trabalhador não sacar o rendimento até esse dia, ele vai ser guardado junto com o restante de seus recursos no fundo, até que todos os recursos possam ser sacados.
Como descobrir se tenho direito?
Para saber se tem algo a receber, quem trabalhou antes de 1988 deve procurar:
uma agência da Caixa Econômica Federal, se trabalhava numa empresa privada;
uma agência do Banco do Brasil, se era servidor público.
É preciso levar um documento com foto e informar seu número PIS ou Pasep. Se não souber, basta apresentar nome e CPF do trabalhador.
Quantas pessoas estão nesse fundo?
A CGU (Controladoria-Geral da União) fez uma auditoria no fundo. Entre julho de 2013 e julho de 2014, ele contava com a participação de aproximadamente 31 milhões de trabalhadores inscritos e cerca de R$ 37,5 bilhões.
Do total de participantes, 26 milhões tinham trabalhado em empresas (tinham registro no PIS, Programa de Integração Social) e 5 milhões eram servidores (com registro no Pasep, Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).
Em fevereiro, a CGU estimou que cerca de 15,5 milhões de pessoas talvez não saibam, mas têm dinheiro para receber do Fundo PIS/Pasep.
Mais informações:
O site do Tesouro Nacional traz mais informações sobre o assunto: http://zip.net/blsNBG (link encurtado e seguro).
Do UOL, em São Paulo
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