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Artigo: “Em defesa do SESI e SENAI”


Cortar recursos do Serviço Social da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é acentuar desigualdades regionais. No caso do Piauí e da maioria dos estados do Norte e Nordeste, estas são as únicas instituições com estruturas capazes de atender a demanda das indústrias, fornecendo qualificação profissional e diversos serviços e produtos que compõe uma base nacional.

Além de prejudicar as empresas e suas atuais demandas, a redução dos recursos do SESI e SENAI tornará impossível atender demandas futuras. Isso sem falar na repercussão negativa na nossa economia, que já é bastante fragilizada.

Em nosso caso, os recursos transferidos de outras unidades da Federação representam 70% dos recursos aplicados, e nos permitem ofertar à comunidade por meio do SENAI, um índice de gratuidade de mais de 60% em nossas quase 7.000 matrículas anuais realizadas em 6 Centros de Formação Profissionais, nos 2 centros de tecnologia e nas 7 Unidades Móveis Autotransportáveis que atendem a todo território estadual.

No SESI, atendemos, por ano, a quase 2.500 crianças e jovens em Educação Básica e beneficiamos perto de 10 mil trabalhadores em ações de Segurança e Saúde do Trabalhador, com serviços prestados diretamente a cerca de 500 empresas em 60 municípios. Mantemos uma estrutura composta por 03 escolas de Educação Básica, 04 unidades de Saúde e Segurança do Trabalhador e ainda 14 unidades móveis.

Um Estado como o Piauí, que responde por 0,7% do PIB Nacional, jamais teria uma estrutura de formação profissional dessa qualidade e poderia oferecer esses serviços à sua população, se dependêssemos somente do Setor Público.

Precisamos sim da desoneração da folha de pagamento, mas é preciso que possamos pensar primeiro em alternativas para o financiamento dos serviços oferecidos pelo Sistema S. Olhar para os Estados mais pobres da federação e não deixar desemparados milhares de jovens, trabalhadores e empreendedores, o que acentuará muito mais a pobreza e as desigualdades regionais.

Qualquer política associada a cortes abruptos em programas consolidados precisa ser objeto de criteriosa avaliação dos impactos a serem gerados à competitividade da indústria e a capacidade de inserção de segmentos sociais menos favorecidos no mercado de trabalho.

Antonio José de Moraes Souza Filho
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Piauí

Ascom FIEPI/phbemnota

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