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Após ser eleito deputado federal, Zé Trovão pede ao STF para tirar tornozeleira

 

Após liderar a greve dos caminhoneiros, ele aderiu ao bolsonarismo e fez vídeos atacando as instituições, em especial o STF. Chegou a pedir um golpe militar e o fechamento da Suprema Corte

Logo após ser eleito deputado federal por Santa Catarina com 71 mil votos, no domingo (2), o caminhoneiro bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes (PL), conhecido como Zé Trovão, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio dos seus advogados, um pedido pela revogação do uso de tornozeleira eletrônica e de outras medidas cautelares.


“Após árdua discussão jurídica, apresentação, prisão domiciliar e liberdade para transitar pelo estado de Santa Catarina e, por estar com seus direitos políticos íntegros, foi registrada sua candidatura e eleito como deputado federal pelo estado de Santa Catarina. O próximo passo, no âmbito jurídico, será comunicar oficialmente o STF da superveniência deste fato novo, objetivando a abolição ou, ao menos, a flexibilização das medidas, em respeito a vontade popular, consagrada nas urnas, para que possa livremente exercer seu mandato”, afirmou a defesa do deputado, em nota.

O pedido foi apresentado ao STF na tarde de segunda (3). Investigado pela Polícia Federal, Zé Trovão é réu em inquérito do STF. Ele é obrigado a usar tornozeleira eletrônica após ter fugido para os Estados Unidos e retornado ao Brasil para se entregar à PF. Mesmo com as restrições, foi o quarto mais votado no estado natal, com campanha por meio de aplicativos de mensagem, em que ressaltava a lealdade ao presidente Jair Bolsonaro.

Zé Trovão liderou greve dos caminhoneiros e atos antidemocráticos

Zé Trovão ficou conhecido nacionalmente após ser um dos líderes da greve dos caminhoneiros que parou o país durante o governo de Michel Temer (MDB), em 2018. Depois, passou a atuar como ativista do bolsonarismo, fazendo vídeos atacando as instituições, em especial o STF. Chegou a pedir um golpe militar e o fechamento da Suprema Corte.

O ativista é um dos principais personagens na incitação de atos antidemocráticos contra o STF, tanto que entrou para o rol dos investigados no processo que trata do tema. Em setembro de 2021, ele teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Era acusado de estar por trás da organização de uma invasão ao STF. Ajudou a levar caminhões para o 7 de Setembro em Brasília, quando bolsonaristas bloquearam as pistas em frente ao Congresso Nacional e tentaram romper a barreira policial para chegar à sede do STF, na Praça dos Três Poderes.

Mas, ao saber que poderia ser preso, deixou o país antes de a PF encontrá-lo para cumprir a ordem judicial. Passou dois meses fora. Disse que estava escondido na casa de um amigo no México, época em que gravou novos vídeos com ataques ao Judiciário e a adversários de Jair Bolsonaro. Na lista de procurados da Interpol, acabou se entregando à PF em Santa Catarina, onde mora. Em 17 de dezembro de 2021, Moraes mandou o bolsonarista para a prisão domiciliar, porém manteve o uso da tornozeleira eletrônica.

A promessa feita por ele, que havia anunciado até o rompimento com o bolsonarismo, de se manter longe da política e cessar os ataques ao STF durou pouco.

Filiado ao PL de Bolsonaro, recebeu R$ 500 mil para a campanha de deputado federal. Proibido pelo STF de fazer publicações em redes sociais desde 2021, driblou a decisão com um vídeo no aplicativo de mensagens Telegram, que foi publicado em um grupo de apoiadores com mais de 11 mil inscritos, mas retirado do ar da plataforma logo após por “violar leis locais”, segundo a ferramenta.

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