Últimas Notícias

Enfermeiros paralisam atividades por 24h no Piauí em defesa do piso salarial

 


Profissionais de Enfermagem iniciaram nessa sexta-feira (10) uma paralisação nacional de 24h, com o objetivo de conseguir o reajuste salarial da categoria. A paralisação ocorre no Piauí em 26 municípios e não vai afetar serviços essenciais. A categoria pede a liberação do pagamento do piso nacional que foi sancionado ainda em 2022, mas que foi suspenso após decisão do ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta manhã os trabalhadores fizeram um ato ao lado do Hospital Getúlio Vargas (HGV) com o objetivo de alertar sobre a situação.


"Nós temos uma lei que garante o piso dos profissionais de Enfermagem, mas que foi suspensa pelo STF, que exige que tenha uma maneira clara de como os recursos vão chegar para ser pagos, então a maneira mais rápida é uma Medida Provisória, então estamos aqui em uma mobilização nacional em forma de paralisação para cobrar que o governo federal edite essa medida provisória", explicou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi), Erick Ricceli.

Ele informou que a paralisação não deve afetar os serviços essenciais. "Temos 26 municípios, com profissionais do estado e da Fundação Municipal de Saúde, com paralisação principalmente nos serviços eletivos. Não estamos procurando buscar nenhum prejuízo, então a UTI não parou, os serviços de urgência e emergência deram uma reduzida, mas garantimos o mínimo para a prestação do serviço. A determinação legal é 30% para o serviço eletivo e 50% nos serviços essenciais, mas está tendo a presença de profissionais", destacou.

Ele destacou que a categoria, que é considerada uma atividade essencial, se sente desmotivada pela falta de reconhecimento.

 "Existe uma força econômica e política contra a aprovação do piso que está suspensa desde setembro de 2022, que é no valor de R$ 4.750 para o enfermeiro, 70% para o técnico e 50% para o auxiliar. A Enfermagem foi a profissão que mais faleceu na pandemia e mais teve óbitos, então está desvalorizada, é um sentimento de angústia que não passa, pois enquanto outras profissões foram valorizadas, a nossa não. Todos os dias tivemos uma perda, a enfermagem se sente totalmente desvalorizada pelo poder público", criticou.

A técnica de enfermagem Maria Dolores, de 38 anos, trabalha no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e afirmou que a categoria merece ser valorizada, e que os profissionais precisam realizar várias escalas para poder pagar as contas.


"É muito desmotivante. Na enfermagem em si, para poder pagar as contas tem que se desdobrar em dois ou três plantões, em quatro escalas diferentes, e isso é desgastante, e a gente não consegue oferecer um serviço decente que a população merece. A gente sai desgastada, e se a enfermagem tivesse um salário digno, a gente ofereceria o melhor para a população, pois não estaríamos tão cansados", afirmou.

A paralisação se encerra neste sábado e está sendo realizada em todo o país como parte de uma mobilização nacional da categoria.

 

Bárbara Rodrigues
redacao@cidadeverde.com




Nenhum comentário