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Zanetti presta continência, mas técnico ataca: "Pegar atleta pronto é fácil"

Quando subiu ao pódioArthur Zanetti ergueu o braço e levou a mão à testa. Atleta da Aeronáutica, o ginasta comemorou a prata nos Jogos do Rio com uma reverência à entidade, assim como fizera Arthur Nory ao festejar o bronze no solo. Com duas medalhas olímpicas no currículo, o brasileiro se uniu à Força Aérea Brasileira a menos de dois meses dos Jogos do Rio Rio. O fato, aliás, incomodou o técnico, Marcos Goto. Diante da crescente de atletas ligados a forças armadas, criticou o fato de o investimento só ser feito em nomes do esporte de alto rendimento.
Arthur Zanetti ginástica olimpíadas (Foto: Agência Getty Images)



- São militares? Ou são atletas que são militares? Eles não treinam lá, só são contratados por eles. Eu que dou treino para o meu atleta, não são militares. Polêmica sempre vai gerar, se presta continência ou se não presta. Se é militar, dá polêmica; se não é militar, dá polêmica. Tudo dá polêmica no Brasil. Não sei qual é o salário que dão para o Arthur. Gostaria que os militares fizessem um trabalho de base, tiraria o chapéu para eles. Agora, apoiar atleta de alto nível é muito fácil. Quero ver apoiar a criança até chegar lá. O dia em que os militares fizerem escolinhas e apoiarem iniciação esportiva, apoiarem treinadores, aí vou tirar o chapéu. Por enquanto, não. Pegar atleta pronto é muito fácil.
Zanetti fugiu da polêmica. O ginasta ressaltou a importância do investimento feito por seu clube, em São Caetano do Sul. E falou do apoio dado pela Força Aérea Brasileira.
- A gente tem nosso clube, a prefeitura que acaba bancando. Isso nem sempre é uma certeza. Mas sempre me ajudaram bastante. Não só eles, mas São Caetano do Sul, a cidade que treino. Meus patrocinadores e a Força Aérea Brasileira, também me ajudando bastante na minha carreira. (Prestei a continência) porque acho que um modo de expressar, dentro do meu país. E como faço parte da Força Aérea Brasileira, é um momento de felicidade, de alegria, para todo país.
Em nota oficial enviada ao GloboEsporte.com (leia a íntegra no fim da matéria), a assessoria de comunicação do Ministério da Defesa não se manifestou especificamente sobre as declarações de Goto, mas afirmou que "o ingresso do atleta nas Forças Armadas é voluntário" e que "os direitos salariais e todos os outros são exatamente os mesmos que os demais militares de graduação em serviço ativo têm".
Confira a nota oficial do Ministério da Defesa:
Em sintonia com o planejamento do Brasil no cenário esportivo de alto rendimento, os ministérios da Defesa e do Esporte uniram esforços para fortalecer o esporte nacional. Dessa forma, em 2008, foi criado o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas.
O ingresso do atleta nas Forças Armadas é voluntário. A convocação para integrar o PAAR é feita mediante edital público e inclui prova de títulos (currículo esportivo/resultados/ranking nacional). Os atletas são incorporados com graduações variadas e os direitos salariais e todos os outros são exatamente os mesmos que os demais militares de graduação em serviço ativo têm. 
As Forças Armadas também contribuem com a preparação e a formação de atletas que, por meio de federações esportivas, podem utilizar as modernas instalações dos centros de treinamento da Marinha (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes - CEFAN), do Exército (Centro de Capacitação Física do Exército e Complexo Esportivo de Deodoro) e da Aeronáutica (Universidade da Força Aérea - UNIFA).
 
Além do Programa Atletas de Alto Rendimento, o Ministério da Defesa desenvolve em parceria com os ministérios do Esporte e do Desenvolvimento Social e Agrário o projeto social Forças no Esporte (Profesp), que beneficia cerca de 21 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
 
Com atuação em 89 municípios de 26 estados brasileiros, tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte, como fator de formação da cidadania e de melhoria da qualidade de vida, além de promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens.
 
Os alunos participam de atividades esportivas educacionais e de lazer, de reforço escolar, de aulas de música, de laboratórios de informática visando à inclusão digital e de oficinas de treinamentos que orientam para diversas especialidades técnicas, facilitando o ingresso no mercado de trabalho.

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