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Câmara acelera tramitação da reforma trabalhista um dia após rejeitar urgência

Segundo o relator do projeto na comissão especial, Rogério Marinho (PSDB-RN), objetivo é que o colegiado vote o parecer na terça (25) e, na quarta (26), o plenário.



Um dia após rejeitar pedido semelhante, o plenário da Câmara dos Deputados 
aprovou nesta quarta-feira (19) um requerimento de urgência para acelerar a 
tramitação do projeto que estabelece a reforma trabalhista.

O pedido de urgência para acelerar a tramitação da reforma foi aprovado por 287
votos a 144 em meio a muito tumulto no plenário. Para que o requerimento fosse 
aprovado, eram necessários, pelo menos, 257 votos favoráveis.

O objetivo ao aprovar o requerimento, segundo o relator, Rogério Marinho 
(PSDB-RN), é votar a proposta na comissão especial na próxima terça (25) e, 
no plenário, na quarta (26).

Com a aprovação da urgência, a comissão especial que debate o tema não
precisará aguardar o prazo para a apresentação de emendas, que terminaria 
somente na quarta. O novo prazo se encerra às 18h de segunda (24).

Durante a sessão, deputados da oposição protestaram e acusaram os 
parlamentares da base aliada de "golpe", por entenderem que não haveria 
amparo regimental para colocar o pedido em votação de novo. 
Os parlamentares da base, por outro lado, gritavam "voto, voto", para que 
o requerimento fosse votado.

Na noite de terça, requerimento idêntico foi rejeitado, pois recebeu 230 votos 
a favor e precisava de 257. Na ocasião, o presidente da Câmara, 
Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que cometeu um equívoco ao encerrar a 
votação antes que todos os parlamentares da base tivessem votado.

Planalto comenta

Por meio de nota lida pelo porta-voz do governo, Alexandre Parola, 

o presidente Michel Temer afirmou que a aprovação na Câmara do 

regime de urgência prova o "firme apoio do Congresso" à proposta.


"A aprovação da urgência indica uma sintonia entre o Executivo, 

o Legislativo e a sociedade brasileira em torno da necessidade de 

aprimoramento dos marcos que regem as relações de trabalho 

em uma economia que volta a crescer", diz a nota lida por Parola.

A reforma

Enviada pelo presidente Michel Temer no ano passado, a 

reforma trabalhista prevê pontos que poderão ser negociados 

entre patrões e empregados e, em caso de acordo coletivo, 

passarão a ter força de lei.

Entre os principais pontos da reforma, estão flexibilização da jornada; 

fragmentação de férias; remuneração por produtividade; e formação 

de banco de horas.

Além disso, o projeto de lei prevê regulamentação nas modalidades 

de trabalho por home office (trabalho em casa) e intermitente, no 

qual os trabalhadores são pagos por período trabalhado.

Tentativa de acordo

Durante as discussões sobre o requerimento de urgência, 

o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que

tentou um acordo com o PT para que o texto fosse votado 

no plenário em 3 de maio. No entanto, a oposição, segundo 

ele, não concordou com a sugestão e defendeu que ficasse 

para a semana seguinte.

"Vou falar a verdade dos fatos, propus votar no dia 3 de maio. 

O PT não quis votar. [...] Então, se o PT não quer votar, o PT 

quer esculhambar. Se a base [aliada] tiver voto [suficiente], a 

base ganha. Se não tiver, a base perde", afirmou Maia.


Na sequência, o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), tomou a palavra, confirmou 

que houve a tentativa de acordo, mas argumentou que o texto não tem "condição 

de ser votado" ncomo foi proposto pelo relator.

"Estivemos na sua residência oficial e o objetivo era, justamente, para que não 

acontecesse isso", disse Zarattini, em referência ao tumulto no plenário.

E continuou: "Falamos claramente que esse projeto não tinha condição de ser 

votado. Era uma solução de acordo adiar a votação para a semana do dia 8 de 

maio, já que poderá ser discutido na comissão especial na semana que vem. 

E o senhor [Rodrigo Maia] disse que era muito tarde fazer isso no dia 8".


Fonte: g1.com

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